É um grande jogador de pau, ali onde o vêem; valente como as armas; leve como pós de sapatos. Quem agora aí anda na berra, é êle. É o galo da terra.

Revista lusitana: arquivo de estudos filológicos e etnológicos relativos a Portugal, Volumes 28-29 – J. Leite de Vasconcellos – 1930

Um exército? Mas ele não precisa de um exército além do Varapau, do burro e do cão. O varapau varre um feira, tão eficazmente como um canhão krupp.

“As alegres canções do norte” Alberto Pimentel (1905)

É a tradição que assevera
Que corremos tudo a pau
Mas nenhum de nós é fera
E fafense algum é mau.

A “Justiça de Fafe” é, ainda hoje, um símbolo identificador desta Terra, do qual muitos fafenses se orgulham, por cá e pelo mundo. É uma tradição histórica incontornável que o concelho de Fafe quis perpetuar em forma de monumento erigido nas traseiras do Tribunal em 1981. Para “lavar” talvez, um pouco a imagem pejorativa que alguns poderão dar a esta tradição, foi concebido o verso seguinte.

Entre nós, apenas algum, menos anémico, descendente de apopléticos menos vezes sangrados, sustenta ainda a bravura hereditária da raça nobre, brandindo o marmeleiro legado ao canto dos solares da provincia pelos extintos capitães-mores, para, num repente sanguíneo de colera ou de ciume, varrer uma feira ou estender à bordoada no fundo de uma azinhaga o canastro de um rival.

em “As Farpas”, Ramalho Ortigão.

Os transmontanos, que comem pão de centeio, os minhotos, que comem pão de milho, até na malquerença são leais. Erguem o varapau á luz do sol, para que se veja bem, fazem-no zenir na esgrima, para que todos oiçam, e só depois se julgam autorizados a desmiolar a cabeça do adversário.
É a força, a coragem, a nobreza do duelo: aqui vou eu; defende-te lá.

Ninho de Guincho – Alberto Pimentel (1903)