O amor, nas provincias septentrionaes, é um elemento obrigado de animação e de vida nos arraiaes populares. Abundam, como aqui se diz, os «conversados» ou, como nós dizemos no sul, os «namorados.» Cada rapaz, apoiado ao seu varapau, «conversa» com a namorada durante longas horas, umas vezes em verso, outras em prosa, quando nào é, alternadamente, em prosa e verso. E esse varapau representa uma espécie de estacada para conter em respeito os espectadores. Ai d’aquelle que se atrever a aproximar-se dos dois namorados e a intrometter-se no seu dialogo. Se o fizer, apanha immediatamente uma sova ;
é quasi sempre esta a causa das maiores desordens nas romarias do norte.

“Sem passar a fronteira”  Alberto Pimentel (1902)

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