Mais personagens jogadores de varapau

No seguimento de um post anterior, ficam aqui mais alguns personagens jogadores de varapau, na literatura portuguesa:


João da Rua
Estava casada com João da Rua, rapaz muito forte, de maneiras desembaraçadas de quem sabe varrer uma feira com um pau na mão e, com uma foiçe erguida, meter frente a vinte que fossem.

“Revoada de contos” –  Isabel Perfeito de Magalhães e Meneses 1977


Joaquim da Eira
Joaquim da Eira, um rapagão trigueiro, hercúleo, que andara na tropa, tinha fama de grande jogador de pau e prosápia de conquistador

“Maré alta: contos” – José Loureiro Botas 1952


Rosária
nestes seus vinte e dois anos, Rosária era alegre, namorava pelo interesse da vida, porque achava o sol vivificador e a matinal frescura dos campos cheia de exuberâncias. Era uma rapariga de aparência forte, com muitos dotes de masculinidade — trabalhava com vontade, dançava loucamente e jogava o pau como um valentão de feira.

“Comédia do campo: (cenas do Minho)” 1877



Gorgeira, hesitava, no fundo temia o Zé, pois dizia-se dele que usava navalha que manejava com destreza, praticara bravuras com ela em Lisboa, sempre fora lesto, bom jogador de pau, e era homem teso, nunca se acobardava.

“Carneiros em transumância:emigrantes clandestinos” Ricardo Gonçalves 1981


O padre cura
—«Boa noite, meus senhores,— entrou dizendo e deitando para baixo a gola de peles, o padre, novo ainda, espadaúdo, cacete nas unhas cigarro nos beiços, e grossas botas tamancos.
(…)
Era o pratinho do cura meter ferro ao farmacêutico; e este, sabendo isso, não queria responder para não dizerem que dava o cavaco.

O padre cura era o único a quem ele desculpava umas certas graçolas e o único que aceitava na sociedade depois de o saber frequentador da nova. Um pouco por medo, porque o padre tinha génio de varrer uma feira e não raro se fatiava de romarias em que o seu cacete se cruzara com o dos mais pimpões, e um pouco, também, por curiosidade de saber o que se passava no campo inimigo.

“Ambições” Ana de Castro Osório 1903


O avô da Casa das Pereiras
Também ao avô da Casa das Pereiras ninguém lhe levava a melhor ao jogo do pau, contavam-no entre os melhores puxadores do concelho.

“A toca do Lobo” Tomaz de Figueiredo  1966

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