O homem dos cavalos

Morreu em 1973, com 60 anos e ainda era na altura uma das pessoas mais conhecidas da Castanheira.

Joaquim Igreja era o “homem dos cavalos”, assim conhecido por ter, desde solteiro, animais para reprodução, nomeadamente bois, cavalos e burros. 

O ti Igreja era conhecido pelo seu à-vontade mas também por um carácter forte, decidido e capaz de impor a sua ideia nem que fosse pela força. Aos domingos à tarde, os “barulhos” eram frequentes na Castanheira e o ti Igreja não escapava a estes rebuliços junto das tabernas. Com varapau e em cima do cavalo era de temer. Nas feiras era a mesma coisa. Às vezes por bairrismo a defender os da Castanheira, outras vezes por defender os mais fracos, envolvia-se em discussões onde não era chamado e então “havia molho”. António Igreja recorda um dia em que o seu pai voltou de cavalo à Castanheira após uma feira de Pínzio, em busca de reforços e após o repique dos sinos terá voltado a Pínzio para “varrer a feira”, já devidamente acompanhado por muita gente que se tinha juntado e recolhido pedras para atirar aos “inimigos”. Nessas ocasiões a auto-estima da aldeia subia em flecha. 

Joaquim Igreja respondeu 17 vezes em tribunal por pancada mas foi sempre absolvido, o que mostra que não eram questões sérias e premeditadas, sendo muitas vezes a sua actuação em defesa dos mais fracos ou após uma série de copos bem bebidos. 

-“Castanheira Jovem” – Associação da Juventude Activa da Castanheira Boletim Nº 31 – Agosto 2010. Artigo de Joaquim Martins Igreja 


Joaquim Monteiro Igreja é o primeiro de pé à direita.

Do valor Militar

João de Carvalho, em tempo delRey D. João III, vendo perdida a Praça se pôs só com um montante nas mãos a defender aos mouros a entrada em uma torre; e investindo-o muitos, matou trinta ele só, e os outros vendo-o rodeado de mortos, se desviavam de medo, até que unidos mais, o jarretarão. Pôs ele animosamente os joelhos em terra, e assim pelejava de modo, que os apartava a todos, até que todos de longe lhe arrojarão tantos dardos, que morreu com admiração universal de valor tão grande.

Mereceu eterna memória na lira do Virgilio português em umas estâncias, que restaurou seu grande Comentador Manuel de Faria, e as refere sobre a est. 72 o canto 10 da Lusiada pag. 419. e nos Comentos da Egloga I. est. 7. pag. 167.

Vês o grande Carvalho ali cercado
De inimigos, como touro em duro corro:
De trinta Mouros mortos rodeado,
Revolvendo o montante, diz: «Pois morro,
Celebrem mortos minha morte escura,
E façam-me de mortos sepultura.
Ambas pernas quebradas, que passando
Hum tiro, espedaçado lhas havia.
Dos joelhos, e braços se ajudando,
Com nunca visto esforço e valentia:
Em torno pelo campo retirando,
Vai a Agarena, dura companhia,
Que com dardos e setas, que tiravam,
De longe dar-lhe a morte procuravam. 

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“Mappa de Portugal Antigo e Moderno” – João Bautista de Castro – (1763)
Luís de Camões – (1524 -1580)
 

Carlos Relvas


Foi um dos pioneiros da fotografia em Portugal.

Era uma das figuras mais simpáticas de Portugal, no seu tempo, admirado pela sua elegância, perícia e arte, como cavaleiro e toureiro amador, pelo seu delicado talento artístico de fotógrafo, um distintíssimo sportman.

Como sportman tornou-se notável em todos os exercícios físicos, precisos para aliar a destreza à agilidade, a serenidade à, coragem. Hábil atirador de pistola e de carabina, dextro jogador de pau, de florete e de sabre, foi também notável na equitação.

Offerece A Sociedade do Jogo do Páo – A Carlos Relvas – Gollegã 3 de Maio 1883

Sarau do Ginásio Clube Português com Carlos Relvas:
Finalmente a ultima festa é um grande sarau no Colyseu dos Recreios, para o qual está
designado o dia 17 de dezembro. Compôrse-ha de gymnastica, esgrima e equitação; e, segundo nos informam, exhibe se pela primeira vez um assalto de esgrima de pau, em
que toma parte o sr. Carlos Relvas.

Pela ruralidade – Varrer a feira

Podíamos recuar mais no tempo mas vamos falar dos anos cinquenta/sessenta pois são aqueles que foram sentidos pelo, à altura petiz, agora humilde redactor deste arrazoado com a madureza que o tempo inexoravelmente emblema. Assim sendo poder-se-á logo à leitura do título deste escrito levantar nos eventuais leitores uma dúvida que vamos descodificar.

No meio rural naquela data sobretudo antes do aparecimento da televisão em 1957 nada acontecia. Eram então as romarias anuais e as feiras, locais onde as pessoas acorriam. Ir à feira de Nespereira era uma mais-valia que todo o agricultor ou simples cabaneiro das redondezas não desperdiçava. Eram feiras onde o gado vacum arouquês tinha forte presença conduzido por moços boieiros um à frente e outro atrás da manada. Como mera nota já por aqui falei da condução do gado comprado por negociantes na feira do Marco de Canavezes que ia directamente a calcantes para o matadouro da Corujeira no Porto. Dito assim para os mais novos isto não passa duma ironia, mas ainda há testemunhos vivos do que acabo de dizer.

Mas voltando ao título “varrer a feira”. Hélas, qual medida higiénica qual quê, as vassouras eram de giesta e convenhamos que varrer a bosta do recinto após a feira não seria muito viável. (Mudando a agulha, na cidade do Porto naquela data as ruas eram varridas e também lavadas coisa que na actualidade não me parece.) Mas vamos então “varrer a feira”. Todo o feirante que se prezava ia à feira com um “marmeleiro” que tinha a dupla função, tanger o gado ou como arma de defesa ou ataque conforme as circunstâncias. E nas feiras as sarrafuscas aconteciam frequentemente, quando a coisa aquecia, havia, não diria profissionais, mas gente que gostava das confusões, pronta a desancar. Alguns eram referenciados e orgulhavam-se na venda lá da terra, com a caneca avantajada de quartilho e meio, à mão de semear, dum branco surrado, com prótese na asa e com dois gatos na rachadela, a esbordar de tintol, de varrer a feira duma ponta à outra. E a verdade é que eram temidos e vistos como musculados, olhados com respeitinho!

Passados estes anos as feiras já não apresentam estas características. O gado quase desapareceu do mapa e as pessoas já estão mais civilizadas deixando-se da “varredura” das feiras. 

Em contra-ponto de épocas podemos dizer que agora há outras varreduras pelo reino, leia-se sacaduras(sacanices se preferirem) ou limpezas a começar ao mais alto nível vindo por aí abaixo até ao simples esticão na rua da carteira da senhora idosa, tudo na mira do pilim, e roubos com violência são o dia a dia mas o ministro da justiça deve dizer que está tudo sob controle, a lei está a ser cumprida!…. O povo é sereno irá votar na maior e se abstenção for elevada tanto dá os deputados serão eleitos à mesma!… Mas já estou a descambar pois do que quis falar foi mesmo das “arruadas” de antanho na feira de Nespereira.

Fiquem bem, antonio
Sábado, 19 de Setembro de 2009 

Varrer a Feira

Varrer uma feira, correr a pau toda a gente que nela se encontra; *1

“João do Couto, se varria uma feira, nem sempre saia com a cabeça ilesa.” – Camilo Castelo Branco – O Degredado.

“Mas eram farsolas temidos, que se não benziam duas vezes para varrer a pau uma feira inteira.” – Aquilino Ribeiro – A via sinuosa.

“se os tais homens das bandeirolas me tornam a passar por as terras, sempre lhes meço as costas com um marmeleiro, que lá tenho, e que já me serviu para varrer a feira de Santo Estevão.” – Júlio Dinis – A morgadinha dos canaviais.

“como também da mesma laia, capaz de cobiçar a mulher do próximo e varrer uma feira a estadulho” – Miguel Torga – Um reino maravilhoso


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1 – Grande enciclopédia portuguesa e brasileira, Volume 34

Mestre Joaquim Baú

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Mestre Joaquim Bau, c.1870-1880

Mestre Joaquim Baú que era natural de Marco de Canaveses, viveu largo tempo na Golegã e não obstante os seus 80 anos ainda jogava o pau em várias terras do pais, tais como, Espinho, Lisboa, Guimarães, Coimbra, Porto, Golegã e outras terras.

Vivia de donativos em troca de lições de jogo do pau. Não tinha uma residência fixa, mas sim uma vida ambulante que o fazia andar de terra em terra.

Foi um grande jogador e um mestre de grande competência, contemporâneo do mestre José Maria da Silveira (O Saloio).


“Jogo do Pau (esgrima Nacional)” – António Nunes Caçador, 1963
Fotografia de Carlos Relvas

Justiça na Senhora do Viso

O tempo da justiça na Senhora do Viso, decidida ao jogo do pau, no dia 8 de Setembro de cada ano!” *1

Nossa Senhora do Viso
-Festa da Senhora do Viso

A capela da Senhora do Viso está construída na demarcação das freguesias de Caçarilhe e Rêgo.

A sua localização é magnífica. Do seu recinto observam-se em todo o seu redor, belas paisagens de Celorico de basto e doutros concelhos.
(…)
Segundo a lenda que vem sendo contada, de geração em geração, a Senhora do Viso é responsável pelo nosso juízo.

Ouvi muitas vezes as pessoas idosas e a minha mãe dizerem: Deixa-te de toléria. Pede à Senhora do Viso que te dê juízo.

Foi sempre uma festa muito frequentada por gente de todas as idades, das freguesias de Celorico de Basto e dos concelhos vizinhos. Os romeiros vinham ali satisfazer variadas promessas. Dar a volta ao redor da capela de joelhos, novenas, que era dar nove voltas ao redor da capela.
(…)
Aparecia naquela festa o primeiro vinho doce. Era transportado para o recinto em pipas colocadas em carros de vacas, onde era vendido em tigelas e canecas.
(…)
A ordem era assegurada pela Guarda Nacional Republicana, que tinha grandes dificuldades em manter o recinto da festa sossegado.

A certa altura perdia mesmo o controle e limitava-se a proteger a capelinha de qualquer profanação ou estragos.

Naquela data era na festa da Senhora do Viso, que o povo de São Bartolomeu fazia os ajustes de contas, que se iam acumulando durante o ano. Roubo da namorada, tornas de água, negócios, falta de cumprimento da palavra, e outras pulhices.

No acto da infracção, o lesado lançava a ameaça. No Viso pagas.

Todos os homens e moços novos que iam à festa, iam munidos cada um com a sua racha. Pelo caminho para a festa, aqueles que iam já com intenções de saldar contas, por vezes cruzavam-se com os “devedores” e seguiam todos juntos na grande galhofa fingindo serem todos amigos.

No recinto iam gozando a festa e saboreando os petiscos acompanhados por uns bons cartilhos de vinho.

Depois de bem bebidos ao fim da tarde começavam as provocações. Os provocadores de tigela na mão cheia de vinho dirigiam-se aqueles que pretendiam aquecer o lombo e ofereciam-lhe o vinho. Como eles não aceitavam, os desordeiros esbarravam-lhe com a tigela cheia de vinho nas bentas. Outras vezes ao passar davam-lhe um empurrão.

As rachas começavam a trabalhar e o povo fugia para não ser atingido.

A guarda como não conseguia pôr termo à desordem sacudia-os para fora da festa.

Mas o jogo do pau continuava pelos caminhos abaixo, e quando algum tropeçava nas pedras, perdia o equilíbrio do jogo e era-lhe fatal, levava umas boas estadulhadas até ficar desacordado.

Encostavam-no a uma borda e ele ficava a ali a sonhar com coisas bonitas, até desacordar ou aparecer algum caminhante que o socorresse.

Porém, se o ferido não acordasse mais e ficasse a dormir eternamente, para o lembrar era colocada naquele sitio uma cruz ou umas alminhas.

Na Senhora do Viso, não dizia a letra com a careta, porque quando começavam a bater, malhavam sem dó nem piedade. Tinham pouco juízo.

Ambrósio Lopes Vaz
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1 – Luís Castro Leal

“Ilustração Portuguesa” – 19 de Setembro de 1904. Nº46, Pg 732
“A feira e festas na Moita”
“Os Cabos de segurança”

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Cabos de segurança de varapau em cena do século XIX 

“NARCISO E 4 CABOS DE SEGURANÇA DE VARAPAU ”

(…)

‘Stão promptos ás minhas ordens
Os cabos de segurança,
E nós temos aqui dança
Se descubro o tal marau!…
Se eu pilhar o meliante
Ficará bem derreado,
Sentindo sobre o costado
Muito, muito varapau!

“Um bigo em verso” – José Ignácio de Araújo (1860)

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Em Portugal, um cabo de polícia era um cidadão designado para auxiliar um regedor de freguesia na sua função de agente local de autoridade policial. Os cabos de polícia eram escolhidos de entre os cidadãos da respetiva freguesia, estando inicialmente prevista a designação de um por cada oito fogos familiares. Não eram regularmente remunerados pelo exercício das suas funções, só recebendo percentagens de algumas multas cobradas.

Durante o período da Monarquia Constitucional, os cabos de polícia constituiram praticamente a única força policial na maioria do território português, uma vez que, inicialmente, só Lisboa e Porto dispunham de corpos policiais profissionais (as guardas municipais).
A partir de 1867, com a criação dos corpos de Polícia Civil nas capitais de distrito, os cabos de polícia perderam substancialmente a importância no policiamento dos grandes centros urbanos. Continuaram contudo a ser a principal força policial presente nas regiões rurais.

Na sequência da implantação da república em 1910, o novo regime criou a Guarda Nacional Republicana (GNR) com o objetivo de assegurar o policiamento de todo o território nacional. Com a implantação progressiva da GNR nas áreas rurais, os cabos de polícia perderam definitivamente a sua importância, apesar de terem continuado a existir formalmente até 1974.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_de_pol%C3%ADcia 

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Tem se dito e repizado muitas vezes que este ou aquelle deputado foi levado ao parlamento nos escudos dos cabos de policia. Para que esta phrase não venha a induzir em erro a posteridade sôbre o armamento actual dos cabos de policia é bom fazer lhe já d’aqui saber que as armas destes varões assignalados são na occidental praia lusitana o chinfalho de dois palmos e meio e no interior do paiz o varapau ferrado. Tiveram por excepção no Porto durante o governo da Junta armamento completo á caçadora e não me lembra já quantos machados por companhia destinados a servir no caso da cidade se ver forçada a seguir na sua defeza o exemplo de Saragoça. Só me consta que funccionassem uma vez Foi no dia 30 de junho de 1847.

“Roberto” –  Manuel Roussado (barão de Roussado) (1867)

A Inês Negra

Esta história teve lugar em 1388, no início do reinado de D. João I, em que se travou uma guerra contra Castela pela independência de Portugal.

Esta contenda, em que sobressaíram os feitos do Condestável Nuno Álvares Pereira e de muitos nobres portugueses, dividiu a aristocracia e o povo português, tomando muitas terras o partido de Castela.

Foi durante esta guerra civil que a Inês Negra, uma mulher do povo fiel à causa portuguesa, abandonou Melgaço quando esta cidade se pôs ao lado do rei de Castela.Quando D. João I decidiu reconquistar Melgaço, Inês Negra juntou-se ao seu exército, mas as duas facções nunca chegaram a defrontar-se.

A batalha travou-se entre Inês Negra e uma sua inimiga de longa data, a “Arrenegada”, que tinha optado por apoiar os castelhanos. A lenda diz que a “Arrenegada” desafiou Inês Negra do alto das muralhas, propondo que a contenda fosse resolvida entre ambas com o acordo do exército castelhano. D. João I assistiu espantado à resposta de Inês Negra que dizia aceitar o desafio.

Ambos os exércitos concordaram com este duelo e a Inês Negra, de espada na mão, defrontou a sua inimiga apoiada pelos gritos de incitamento dos homens de D. João I.

O silêncio instalou-se quando a “Arrenegada” fez saltar com um golpe a espada das mãos de Inês, mas esta tirou uma forquilha da mão de um camponês e fez-se à luta, procurando atingir a “Arrenegada” nas pernas. Sentindo-se em desvantagem, esta atirou fora a espada e pegou num varapau que quebrou com fúria nas costas de Inês.

Louca de fúria e de dor, Inês Negra largou a forquilha e atirou-se com unhas e dentes à sua oponente, rolando ambas no chão empoeirado. Um grito de dor gelou a assistência, que não conseguia perceber qual das duas vencera.

Foi então que a “Arrenegada” se levantou e fugiu para o castelo, tapando as nódoas e o sangue do rosto com as mãos.

Os castelhanos abandonaram Melgaço no dia seguinte e D. João I quis recompensar a heroína, mas esta respondeu que estava plenamente recompensada pela sova que tinha dado à sua inimiga.

Querem deslocalizar o pau de marmeleiro

É uma estátua de duas toneladas de bronze distribuídas por dois homens e um pau de marmeleiro, glorificando uma lenda que uma cidade fez sua. O seu tipo de justiça, com um varapau, está para Fafe como o chapéu está para Fernando Pessoa, é um pormenor, só isso, e até cai bem. A justiça de Fafe, lenda antiga, só corporizada em 1981 com a tal estátua que foi colocada nas traseiras do tribunal. Agora – é essa a notícia – o presidente da Câmara quer deslocalizar a estátua, não por razões económicas como acontece às fábricas, mas por incompatibilidade de vizinhança. A justiça pelas próprias mãos ficaria mal ao lado de um tribunal… Como se não vivêssemos num país com um cemitério chamado dos Prazeres e um aeroporto chamado Sá Carneiro. Nos 31 anos de vizinhança, nunca um pleito do tribunal de Fafe, mal influenciado pela estátua, saiu para as traseiras à bordoada, tal como os aviões não se puseram a despenhar no Porto ou os enterros a dançar em Campo de Ourique. Os nossos líderes, com mil desses falsos cuidados connosco, ofendem-nos a inteligência. E, no caso de Fafe, até tresleem. O Visconde de Moreira de Rei, usando o varapau, tal como contou o Barão de Espalha Brasas, cujo poema épico deu início à lenda, foi, afinal, um precursor da justiça moderna, proporcionada e pedagoga. Tendo sido provocado a duelo, não escolheu a espada ou a pistola, que são fatais, mas o pau, que não mata e, bem aplicado no lombo, educa.

Ferreira Fernandes – 6 de Setembro de 2012
in www.dn.pt